quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

domingo, 27 de dezembro de 2009

1+1= n

Máxima unidade de amor:
Deus
Mínima unidade de amor:
Nós
unidades essenciais da humanidade precisam vivenciar o amor, qualquer amor

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Rebeldia

Não quero bajulações!



Chega de beijos falsos, falsos abraços e apertos de mãos tão falsos quanto as idéias e opiniões...

Deleto a academia dos chapéus, chás e chaves de ouro... ignoro sua importância.

Renego a importância de muitos que vendem muito e escrevem mal.

Prefiro Camões, Lima Barreto, Cora Coralina e Patativa do Assaré.

Prefiro o Preá da esquina ao Coelho de casaca.

Prefiro o manual de instruções ao seu diário insosso...

Não gosto de seu suor, sangue e lágrimas de clichê piegas cheirando a mofo.

Pensando bem... devo amá-los também.

Pois a eles devo o prazer da escolha e o alívio de não ter inveja.


(às vezes a lágrima do poeta é amarga, suas rugas denunciam a careta de que leu e não gostou. Deveria usar máscara, deveria ser feliz com o pouco, deveria aceitar, deveria gostar e acenar com um olhar conivente, devendo sua alma)
- Valeu pela intenção - é o que dizem no inferno!
A forma limita e é limitada, pelo preço do livro, pela sua página,pela progaganda, pela imaginação.
Devo engolir açúcar.
- Sem água, por favor!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Santuário

lâminas coloridas cortam minha alma
caleidoscópios inertes transfiguram a fonte
eu observo
fecho os olhos por instantes
a fumaça e a mirra entorpecem
não há tempo ou espaço
Jerusalém é aqui, aqui e em qualquer lugar


não percebo solidão

terça-feira, 9 de junho de 2009

Um dia de Quelone

Quero sentir o sol me acordando suave e morno
Minha sinfonia da manhã: "bem-te-vi, bem-te-vi, bem-te-vi...."


Não vejo bem o meu reflexo


Não quero rugas de ocupações ou preocupações


Quero a languidez da rede


Uma namoradeira que aconchegue minha solidão


meu momento


meu bocejo...


meu ah mais prolongado.


Minha pele quer sentir a pele da joaninha passeando na palma de minha mão, num tom com gosto de liberdade laranja e verde de preguiça, calma e paz.


Quero a tarde de paz do lago, o acalanto da brisa do lago, a pedra morna do lago em minhas costas.

O lago recebendo meu corpo


Fechar os olhos e sentir o sol me cobrir para amanhã voltar a me despertar ternamente, é tudo o que quero.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Fóssil

A fronteira entre um tom e outro é vegetal.


O espaço entre o sim e o não está marcado.


Herança marrom



terra


tronco


casca







Ecos de vidas de ontem e amanhã.


O som é dissolvido e marcado em pedras.


Construção que meu tempo não alcança.





A vida morta vai à terra


A terra gera outros tons
em pó e em pedra.
Vitrais divinos cuja morte é o início
a vida, um fim.
Eternamente






terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Escalada

monte branco - vale branco


véu úmido que me atiça

serras e vales de mistérios e brumas

cortina branca de chuva calma

universo desconhecido

fumaça fria do céu para a terra

ao
olhar
para
si
me
sinto
pouco

me
sinto
ponto

me
sinto
par
te



Uma coisinha pequena e simples que quer folhear-lhe e descobrir-lhe sem mãos, folhas ou véus para tanto.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Lindo - Parte II

Quanto ao "post" anterior é preciso afirmar que:
A- Ele não é filhote;
B- Ele já tem dono.

Por que começar esta mensagem retomando a anterior?
Porque nela encontra-se a chave para compreender a essência da Gloxínia.
Imagine, se acabasse de ganhar uma bela Gloxínia sem ter o dom para a jardinagem ou sem possibilidade de consultar sobre os cuidados com a planta .
Certamente a pobre planta definharia até morrer, certo?

Errado.
A Gloxínia perderia suas folhas e secaria, sem deixar rastros - o que faria com que um "jardineiro" mais prático jogasse-a fora sem notar que ela passa por um período de dormência.
Incrível, não? Essa planta maravilhosa vive seu ciclo silencioso ensinando a sabedoria da persistência, ah... o quanto nós perdemos porque não observamos.



Persistência

Água na pedra
Pedra na pedra
Pedra na água
Água na areia
Areia em tudo


Furo de água na pedra
Fogo de pedra na pedra
Pulo de pedra na água
Massa de água na areia
Duna de areia em tudo


Dureza não é invencibilidade
Um pulo não é uma fuga


Puro é o ar que cobre tudo de areia


Nas dunas
Areia em tudo
Nas grutas
Água na pedra
Na praia
Água na areia
Na lagoa
pedra na água
Na chama
Pedra na pedra


Persistência

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Lindo!

Memória
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Carlos Drummond de Andrade

Ele realmente é muito charmoso, atravessa a rua sem olhar para os lados, nariz empinado, num andar altivo de quem sabe o que quer.
Amigos? Raros, estrelas geralmente gostam de brilhar sozinhas, a concorrência é uma ameaça.
Belo? Não, ele não é belo, passaria sem ser notado pela multidão.
E um ser assim pode ser considerado lindo?
DEVE ser considerado lindo, pois não se incomoda se é maltratado, não se aflige com a chuva ou com o vento, não liga se há muito não toma banho - ele resiste fortemente com seus 40 centímetros de pulgas e ossos.
Esse cachorrinho que facilmente apanharia de qualquer gato de rua é simplesmente... lindo!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Mexicano

Saudade
de saudar-te,
te saudando,
andando
só.
Mar sem água.
Água quente
te chamando,
te esperando,
te saudando,
ah, saudar-te!
Saudade
de ti.
Chocolate...

Resposta

Dias e noites se vão.
Cores sem sol e nem lua
se diluem em um coração.
Dias e noites se vão,
como o bêbado trôpego na rua,
caminhando sem direção.
- Digam-me, Sol e Lua, onde encontrar essa luz tão eterna, essa luz que o tempo não revela?
O bêbado retorna para sua casa.
O sol e lua se transformam em amarelo e cinza.

Eles responderam.